As pausas são importantes para o sucesso da aprendizagem
Aprender durante o sono
Como o cérebro aprende novas palavras
Como é que o cérebro aprende a gramática?
Melhor concentração = melhor aprendizagem
Os jovens e os mais velhos aprendem de uma maneira diferente
Línguas contra o Alzeimer
Conselhos contra o esquecimento
Como aprender duas línguas ao mesmo tempo
Língua materna? Língua paterna!
Os genes influenciam a linguagem
Duas línguas = dois centros linguísticos
O bilinguismo melhora a capacidade de ouvir
Aprender línguas através da Internet
A língua árabe
Famílias linguísticas
Falamos todos "africano"?
Estrangeirismos
Dicas para aprender uma língua estrangeira
Aprender uma língua nova é sempre trabalhoso. A pronúncia, as regras da
gramática e o vocabulário requerem muita disciplina. Existem, porém,
vários truques que podem facilitar a aprendizagem! Em primeiro lugar, é
importante que pense positivo. Divirta-se com a nova língua e as novas
experiências! Não interessa por onde vai começar. Escolha um tema que
desperte o seu interesse. É aconselhável que se concentre, em primeiro
lugar, na compreensão e na expressão orais. De seguida, leia e faça
composições. Estabeleça um sistema de aprendizagem que se adeque a si e
ao seu quotidiano. Quando estiver a rever os adjetivos, aprenda logo os
seus antónimos. Ou pode pendurar em qualquer parte da casa algumas
pequenas cartolinas com o vocabulário aprendido. Quanto estiver a
praticar desporto ou estiver no carro, pode aprender com os ficheiros de
áudio. Se um determinado tema for muito difícil para si, interrompa o
estudo. Faça uma pausa ou estude alguma coisa diferente! Assim, não irá
perder a vontade de aprender a nova língua. Resolver as palavras
cruzadas na nova língua pode ser divertido. Filmes numa língua
estrangeira podem ser uma boa opção para nos distrairmos. Com os jornais
numa língua estrangeira poderá aprender muito sobre as pessoas e o país
em questão. Na Internet há muitos exercícios que podem ser um
complemento aos seus livros. E procure estar com amigos que gostam de
aprender línguas estrangeiras. Não aprenda os novos conteúdos
isoladamente, mas sempre inseridos num determinado contexto! Faça
revisões sistematicamente! Deste modo, o cérebro poderá assimilar a nova
matéria. Se estiver farto de teoria, faça as suas malas! Porque em mais
lado nenhum se aprende com tanta eficácia do que estando entre nativos.
Poderá escrever um pequeno diário durante a sua viagem registando as
suas experiências. O mais importante é que não desista!
Alfabetos
Com as línguas podemos comunicar. Dizemos aos outros o que pensamos ou
sentimos. Também os sistemas de escrita desempenham esta função. A maior
parte das línguas possui um sistema de escrita. Os sistemas de escrita
formam-se a partir de signos. Estes signos (carateres ou grafemas) podem
ser diversos. Muitos sistemas de escrita consistem em letras.
Constituem um sistema de escrita alfabética. Um alfabeto é um conjunto
ordenado de signos. Estes grafemas seguem determinadas regras para
constituírem palavras. A cada signo corresponde um som particular. O
termo "alfabeto" vem do grego. Os gregos chamavam às primeiras letras do
seu alfabeto alfa e beta. Ao longo da história existiram
diferentes tipos de alfabetos. Há mais de 3000 anos que o ser humano
utiliza grafemas. Antigamente, os signos linguísticos eram símbolos
mágicos. Apenas algumas pessoas conheciam o seu significado. Mais tarde,
os signos acabaram por perder a sua natureza simbólica. Atualmente, as
letras jão têm nenhum significado. Apenas quando combinadas com outras
letras é que transmitem significado. Há sistemas de escrita, como o dos
chineses, que funcionam de um modo diferente. São sistemas de escrita
cujos carateres funcionam, muitas vezes, como desenhos dos conceitos que
pretendem expressar. Ao escrevemos estamos a codificar o nosso
pensamento. Nós utilizamos signos para fixarmos o nosso conhecimento. O
nosso cérebro aprendeu a descodificar o alfabeto. Os carateres
transformam-se em palavras e as palavras em ideias. E assim um texto
pode durar séculos. E continuar a ser compreendido...
Línguas e dialetos
Em todo o mundo existem entre 6000 e 7000 línguas diferentes. O número
de dialetos é naturalmente muito maior. Mas qual é, afinal, a diferença
entre uma língua e um dialeto? Os dialetos possuem sempre uma "cor
local" caraterística. Pertencem, pois, às variedades linguísticas
regionais. Logo, os dialetos são formas linguísticas com menor
amplitude. Habitualmente, os dialetos são apenas falados, não escritos.
Compõem um único sistema linguístico. E seguem algumas regras.
Teoricamente, qualquer língua pode ter vários dialetos. Todos os
dialetos estão subordinados à norma-padrão de uma língua. A norma-padrão
é aquela que é entendida por todos os habitantes de um país. Deste
modo, os falantes de dialetos distantes conseguem igualmente comunicar
entre si. A maioria dos dialetos tem uma importância cada vez menor. Mal
se ouvem os dialetos nas grandes cidades. E na vida profissional
fala-se, sobretudo, a norma-padrão. Por isso, habituamente os falantes
de um dado dialeto são considerados rudes e ignorantes. No entanto,
estes falantes encontram-se em todas as camadas sociais. Logo, os
falantes de qualquer dialeto não são menos inteligentes do que os
outros. Muito pelo contrário! Falar um dialeto tem muitas vantagens. Num
curso de línguas, por exemplo. Os falantes de um dialeto sabem que
existem diversas formas linguísticas. Aprenderam a alternar rapidamente
entre diferentes estilos linguísticos. Por isso, os falantes de um dado
dialeto possuem uma elevada capacidade para a variação dinâmica. Tem um
sentido desenvolvido para adaptarem um determinado estilo linguístico a
uma situação, em particular. Isto até está comprovado cientificamente.
Então, força no momento de usar um dialeto: vai valer a pena!
Pensamento e Lingua
O nosso pensamento depende da nossa língua. Ao pensarmos estamos a falar
com nós próprios. Com isso, a nossa língua influencia a nossa
mundivisão. Será que pensamos o mesmo, tendo línguas diferentes? Ou será
que pensamos de um modo diferente, quando falamos em línguas
diferentes? Cada povo tem o seu próprio vocabulário. Em algumas línguas
faltam determinadas palavras. Há povos que não conseguem distinguir
entre o verde e o azul. Os seus falantes empregam a mesma palavra para
as duas cores. E, em comparação com outros povos, têm muito mais
dificuldades em reconhecer estas cores. Não conseguem identificar nem os
tons nem as cores secundárias. Têm dificuldades em descrever as cores.
Há outras línguas quem empregam muito poucos números. Os seus falantes
têm mais dificuldades em fazer contas. Existem, igualmente, línguas que
não fazem distinção entre a esquerda e a direita. Os
falantes destas línguas falam de norte e sul, este e oeste. Têm um
sentido de orientação geográfica muito bom. Todavia, não compreendem os
conceitos direita e esquerda. É claro que o nosso
pensamento não é influenciado apenas pela nossa língua. O nosso
pensamento é igualmente influenciado pelo nosso meio e pela nossa vida
quotidiana. Qual é, afinal, o papel desempenhado pela língua? Delimitará
os nossos pensamentos? Ou teremos apenas palavras para aquilo em que
pensamos? Qual é a causa, qual é o efeito? Todas estas perguntas estão
ainda por responder. Elas são alvo de dedicação dos neurolinguistas e
dos linguistas. Ainda que este tema diga respeito a todos... Será que
nós somos o que falamos?
Aprendizagem e emoções
Sempre que conseguimos comunicar numa língua estrangeira, é um motivo de
alegria. Ficamos orgulhosos com os nossos progressos linguísticos. Se,
por outro lado, não formos bem sucedidos ficamos furiosos e desiludidos.
Podemos, pois, associar várias emoções à aprendizagem. Neste âmbito,
estudos recentes avançaram conclusões interessantes. Estes estudos
demonstram que as emoções desempenham um papel durante a aprendizagem.
Pois as nossas emoções exercem influência sobre o êxito da aprendizagem.
Aprender constitui sempre uma tarefa nova para o nosso cérebro. Uma
tarefa que é preciso resolver. O sucesso (ou não) depende, pois, das
nossas emoções. Ao acreditarmos que podemos resolver um dado problema
estamos a ganhar confiança. Esta estabilidade emocional ajuda-nos
durante o processo de aprendizagem. Os pensamentos positivos estimulam
as nossas capacidades intelectuais. Assim sendo, a aprendizagem sob
pressão não costuma apresentar bons resultados. As dúvidas e as
preocupações prejudicam um bom desempenho. Temos, particularmente,
dificuldades em aprender quando estamos com medo. Pois o nosso cérebro
não consegue armazenar os conteúdos novos. É importante, por isso, que
estejamos motivados para aprender. As emoções influenciam deste modo a
aprendizagem. Mas a aprendizagem pode influenciar também as nossas
emoções. São as mesmas estruturas cerebrais que processam quer as
informações factuais, quer as emoções. Por esta razão, a aprendizagem
pode fazer-nos felizes, e quem está feliz aprende melhor. É claro que a
aprendizagem nem sempre é interessante, por vezes pode revelar-se muito
fatigante. Para tal, devemos estabelecer pequenas metas. Para que não
sobrecarreguemos o nosso cérebro. E assim garantimos que as nossas
expetativas se cumpram. Logo, o nosso sucesso torna-se uma recompensa,
que nos mantém motivados. Agora, já sabe: aprenda e sorria ao mesmo
tempo!
Língua e música
A música é um fenómeno universal. Todos os povos do nosso planeta fazem
algum tipo de música. E em qualquer cultura a música é compreendida.
Este facto foi demonstrado por um estudo científico. Numa experiência
realizada, uma música ocidental foi interpretada numa tribo que vivia
completamente isolada. Este povo africano não tinha nenhum contacto com o
mundo moderno. Apesar disso, os seus membros conseguiam perceber se se
tratava de uma música alegre ou triste. No entanto, ainda se desconhece
porque é que isto acontece. Mas a música parece ser uma linguagem que
não conhece fronteiras. E todos nós de alguma maneira aprendemos a
interpretá-la corretamente. No entanto, para a evolução da língua a
música não tem nenhum tipo de utilidade. De qualquer modo, o facto de
que podemos compreender a música está relacionado com a nossa linguagem.
Pois a música e a linguagem estão interrelacionadas. O cérebro
processa-as de uma forma semelhante. Até mesmo o seu funcionamento é
muito parecido. Ambas combinam tons e sons de acordo com certas regras.
Até os bebés captam a música que ouviram quando estavam no ventre
materno. No ventre materno, escutam a melodia da língua da sua mãe. Mais
tarde, após o seu nascimento conseguem entender a música. Poder-se-ia
dizer que a música imita a melodia das línguas. Do mesmo modo, se
transmitem emoções tanto na música como na linguagem através do ritmo.
Graças aos nossos conhecimentos linguísticos conseguimos compreender as
emoções na música. Por outro lado, as pessoas com talento para a música
aprendem novas línguas mais facilmente. Muitos músicos aprendem línguas
como se fossem melodias. Deste modo, conseguem mais facilmente
lembrar-se das línguas. Parece, pois, interessante que as canções de
embalar sejam todas muito parecidas, em qualquer parte do planeta. Isto
mostra como a linguagem da música é universal. Além do facto de ser a
mais bela língua de todas...
Aprendizagem e tipos de aprendizagem
Quem não faz muitos progressos na sua aprendizagem, pode estar a
aprender de uma forma inadequada. Isto significa que não está a aprender
segundo o seu tipo de aprendizagem. De um modo geral, podemos
distinguir quatro tipos de aprendizagem. São organizados em função dos
orgãos dos sentidos. Os tipos de aprendizagem são os seguintes:
auditivo, visual, comunicativo e motor. As pessoas que pertencem ao tipo auditivo
assimilam melhor a informação que chega através do ouvido. Conseguem
lembrar-se, por exemplo, das músicas com facilidade. Este tipo de
pessoas costumam estudar em voz alta, repetindo o vocabulário. Este tipo
de pessoas costumam falar muito consigo mesmas. Os CDs ou as palestras
sobre o tema em questão podem ser-lhes muito úteis. Aqueles que
pertencem ao tipo visual assimilam melhor o material que veem.
Por isso, é muito importante a leitura de toda a informação. Quando
estão a estudar optam por fazer muitos apontamentos. Do mesmo modo,
preferem as imagens, as tabelas e os cartões com apontamentos. Este tipo
de pessoas costumar ler e sonhar muito. Em ambientes agradáveis,
costumam estudar muito melhor. As pessoas que pertencem ao tipo comunicativo
preferem os diálogos e as discussões. Precisam de interação e de
dialogar com os outros. Nas aulas, costumam fazer muitas perguntas e
adoram os trabalhos de grupo. As pessoas que pertencem ao tipo motor
aprendem através do movimento. Preferem "aprender fazendo" e querem
experimentar tudo. Ao estudarem, fazem-no estando fisicamente ativos e
mastigando pastilha elástica. Não gostam de teoria, mas sim de
experiências. O que importa é que quase todas as pessoas possuem
caraterísticas dos vários tipos de aprendizagem. Não existe ninguém que
se enquadre num único tipo de aprendizagem. Por esta razão, a melhor
maneira de aprender é quando utilizamos todos os nossos sentidos.
Porque, assim, o nosso cérebro é ativado várias vezes e armazena
corretamente a nova informação. Escute, leia e discuta o novo
vocabulário! Em seguida, pratique desporto!
A aprendizagem modifica o cérebro
Quem pratica muito desporto, molda o seu corpo. Parece evidente que
também seja possível treinar o cérebro. Isto significa que quem quiser
aprender línguas não precisa apenas de talento. É também importante
praticá-la de uma forma regular. Uma vez que o exercício pode
influenciar positivamente as estruturas cerebrais. Claro que o talento
para as línguas é, muitas vezes, algo inato. Apesar disto, um treino
intensivo pode mudar determinadas estruturas do cérebro. E aumentar o
volume das regiões responsáveis pelo processamento da linguagem. Também
os neurónios das pessoas que fazem muitos exercícios se modificam.
Durante muito tempo, acreditava-se que o cérebro seria imutável.
Achava-se que aquilo que não aprendíamos enquanto crianças nunca mais o
poderíamos aprender. Os neurologistas chegaram, no entanto, a outras
conclusões. Conseguiram demonstrar que a plasticidade do nosso cérebro
se mantém uma vida inteira. Pode dizer-se que funciona como um músculo.
Por esta razão, pode desenvolver-se até uma idade avançada. Toda a
informação recebida (input) é processada no cérebro. Quando temos o cérebro treinado, os inputs
processam-se com mais eficácia. Isto é, ele trabalha mais rápido e com
mais eficiência. Este princípio aplica-se quer aos jovens, quer aos
adultos. Mas estudar não é essencial para mantermos o cérebro em forma. A
leitura constitui também um bom exercício. E, sobretudo, a literatura
mais exigente, que estimula os centros da linguagem. Por outras
palavras, o nosso vocabulário é ampliado. Para além disso, estamos a
melhorar os nossas competências linguísticas. É interessante que não são
apenas as regiões da linguagem que processam a informação linguística.
Também a área que controla o desenvolvimento motor é responsável pelo
processamento dos novos conteúdos. Por isso, é importante que
estimulemos o mais possível o nosso cérebro, na sua totalidade. Sendo
assim: treine o corpo e a mente!
As pausas são importantes para o sucesso da aprendizagem.
Quem quiser aprender com sucesso, deve fazer pausas com frequência! Este
é o resultado dos mais recentes estudos científicos. Os investigadores
estudaram as várias fases da aprendizagem. Várias situações de
aprendizagem foram alvo de simulação. A melhor maneira de assimilarmos
as informações é fazendo-o em pequenas unidades didáticas. Isto
significa que não devemos aprender muito de uma só vez. Entre cada
unidade didática devemos fazer sempre pausas. O sucesso da nossa
aprendizagem depende também de outros processos de natureza bioquímica.
Estes processos têm lugar no nosso cérebro. E condicionam o nosso ritmo
de aprendizagem. Quando aprendemos algo novo, o nosso cérebro liberta
determinadas substâncias. Estas substâncias influenciam a atividade das
nossas células do cérebro. Existem, particularmente, duas enzimas que
desempenham neste processo um papel importante. Elas são libertadas
quando aprendemos novos conteúdos. No entanto, o cérebro não as liberta
em conjunto. A sua ação desenrola-se com um intervalo de tempo entre si.
Todavia, aprendemos melhor quando as duas enzimas são libertadas ao
mesmo tempo. E este sucesso aumenta significativamente quando fazemos
pausas mais vezes. É, pois, recomendável que a duração entre as várias
fases da aprendizagem possa variar. A duração das pausas deve ser
igualmente diferente. No início, o ideal seria fazer duas pausas de dez
minutos. Seguida de outra uma pausa de cinco minutos. Em seguida, uma
pausa de 30 minutos. Durante as pausas, o nosso cérebro assimila bem os
novos conteúdos. Durante as pausas, devíamos deixar o local de trabalho.
Também é bom mover-se durante as pausas. Dê, pois, um passeio nos
intervalos do seu estudo! E não tenha remorsos - afinal você continua a
aprender!
Aprender durante o sono
Hoje em dia, as línguas estrangeiras fazem parte da nossa formação
geral. Se ao menos a sua aprendizagem não fosse tão árdua! Para todos
aqueles que têm dificuldades em aprender uma língua, há boas notícias.
Pois nós aprendemos melhor durante o sono. Vários estudos científicos
chegaram a esta conclusão. E é disto que podemos agora usufruir quando
aprendemos uma língua estrangeira! Durante o sono, as nossas
experiências diárias são processadas. O nosso cérebro analisa as novas
impressões. Tudo aquilo que foi aprendido é analisado novamente. E assim
os novos conteúdos são consolidados no nosso cérebro. Nomeadamente, os
conteúdos adquiridos antes de adormecermos. Por isso, pode ser útil
rever à noite noções importantes. Cada estágio do ciclo do sono sustenta
o processamento de um determinado conteúdo de aprendizagem. O sono REM
apoia a aprendizagem psicomotora. De que fazem parte as atividades
musicais e o desporto. Em contrapartida, a aprendizagem do conhecimento
puro ocorre na fase profunda do sono. É neste estágio que o cérebro revê
tudo aquilo que foi aprendido. Incluindo o vocabulário e a gramática!
Para aprendermos uma língua estrangeira, o nosso cérebro é obrigado a
trabalhar intensamente. Precisa de armazenar as palavras e as regras
novas. Durante o sono, tudo se reproduz novamente. É aquilo a que os
investigadores chamam de "Teoria Replay". O que importa é que se durma
bem. O nosso corpo e a nossa mente precisam de recuperar completamente.
Só assim é que o cérebro consegue trabalhar com eficácia. É caso para se
dizer: bom sono, bom rendimento cognitivo. Quando nós já estamos a
descansar, ainda o nosso cérebro continua ativo... Assim sendo: Gute
Nacht, good night, buona notte, dobrou noc!
Como o cérebro aprende novas palavras
Quando estudamos o vocabulário, o nosso cérebro armazena os novos
conteúdos. Todavia, a aprendizagem só se produz através de uma repetição
contínua. A capacidade de armazenamento do nosso cérebro depende de
vários fatores. O mais importante é que façamos uma revisão do
vocabulário regularmente. Apenas as palavras que lemos ou escrevemos
frequentemente é que são armazenadas. Poder-se-ia dizer que estas
palavras são arquivadas como se fossem uma imagem. Este princípio da
aprendizagem aplica-se também ao caso dos macacos. Os macacos conseguem
aprender a "ler" palavras, se as virem com muita frequência. Apesar de
não compreenderem o significado destas palavras, conseguem reconhecê-las
através da sua forma. Para podermos falar uma língua com fluência,
precisamos de uma grande quantidade de palavras. Por este motivo,
devemos organizar bem o vocabulário. Pois a nossa memória funciona como
um arquivo. Para encontrarmos rapidamente uma palavra, é preciso saber
onde é que a podemos procurar. Por isso, é melhor aprender vocabulário
inserido num dado contexto. Assim, a nossa memória consegue abrir sempre
a pasta correta. Mas, por outro lado, também aquilo que aprendemos pode
ser esquecido. Os conhecimentos são transferidos da memória ativa para a
memória passiva. Com o esquecimento, libertamo-nos dos conhecimentos
desnecessários. E, deste modo, o nosso cérebro arranja espaço para
coisas novas e mais importantes. Por isso, é importante ativarmos
regularmente os nossos conhecimentos. O que está guardado na memória
passiva não está perdido. Quando vemos uma palavra esquecida,
lembramo-nos dela novamente. Uma vez aprendido, a reaprendizagem
torna-se mais rápida. Quem deseja ampliar o seu vocabulário, deve
alargar o seu leque de passatempos. Porque todos nós temos certos
interesses. E, por isso, ocupamo-nos quase sempre das mesmas coisas.
Ainda assim, uma língua consiste em muitos campos semânticos diferentes.
Quem se interessa por política, devia também ler de vez em quando a
imprensa desportiva!
Aprendizagem e Leitura
A aprendizagem e a leitura estão interligados. Isto verifica-se
sobretudo na aprendizagem de línguas estrangeiras. Quem quer aprender
uma língua nova tem de ler muitos textos. Através da leitura de
literatura estrangeira assimilamos frases inteiras. Deste modo, o nosso
cérebro aprende vocabulário e gramática num único contexto. Isto
ajuda-nos a reter os novos conteúdos. A nossa memória tem maiores
dificuldades em reter palavras isoladas. Com a leitura aprendemos o
significado das palavras. Por conseguinte, desenvolvemos um "sentimento"
pela nova língua. É claro que a literatura estrangeira não deve ser
muito difícil. Breves contos modernos ou policiais podem ser igualmente
bastante interessantes. Os jornais diários apresentam a vantagem de
serem sempre atuais. Do mesmo modo, os livros infantis e de banda
desenhada revelam-se muito apropriados à aprendizagem. As imagens
facilitam a compreensão da nova língua. Não importa a literatura que se
escolha, ela deve ser divertida! É importante que haja muita ação para
que a nível linguístico seja variado. Quem não conseguir encontrar nada,
pode usar igualmente manuais específicos para o ensino. Há muitos
livros com textos simples para principiantes. Importa, pois, utilizar
sempre um dicionário quando se está a ler. Assim que não compreendermos
uma palavra, devemos consultar o dicionário. O nosso cérebro é ativado
com a leitura e aprende coisas novas com rapidez. Cria-se um ficheiro
para todas as palavras que não se compreende. Assim, podemos repeti-las
várias vezes. Também pode ser útil se, durante a leitura, assinalamos as
palavras desconhecidas numa cor diferente. Na próxima vez, é mais fácil
serem identificadas. Quem lê todos os dias textos escritos numa língua
estrangeira, fará progressos muito rapidamente. Pois o nosso cérebro
aprende rapidamente a reproduzir a nova língua. Pode ser que a qualquer
momento se possa pensar também usando essa língua...
Língua e Escrita
Todas as línguas promovem a compreensão entre as pessoas. Quando nós
falamos estamos a expressar aquilo que pensamos e sentimos. Quando o
fazemos nem sempre seguimos as regras gramaticais da nossa língua.
Utilizamos uma língua própria, a nossa linguagem corrente. Com a
linguagem escrita é um pouco diferente. Aqui podemos ver todas as regras
da nossa língua. Apenas através do registo escrito, uma língua pode ser
considerada verdadeiramente. Isso torna visível a língua. Através da
escrita o conhecimento pode ser transmitido ao longo dos milénios. É por
isso que a escrita é a base de qualquer civilização. O primeiro sistema
de escrita foi inventado há mais de 5000 anos. Foi a escrita cuneiforme
dos sumérios. Os sumérios gravavam-na em tábuas de argila. Esta escrita
cuneiforme foi utilizada durante três mil anos. Exatamente na mesma
época existiam os hieróglifos do Antigo Egito. Foram imensos os
cientistas que os estudaram. Os hieróglifos representam um sistema de
escrita relativamente complexo. Porém, foi inventado por uma razão muito
simples. O Egito era, então, um vasto império com muitos habitantes. O
quotidiano e, acima de tudo, a economia precisavam de ser organizados.
Os impostos e a contabilidade tinham de ser geridos com eficiência. Foi
por esta razão que os egípcios desenvolveram os seus carateres. Por
outro lado, os sistemas de escrita alfabética remontam aos sumérios.
Qualquer sistema de escrita revela muitos aspetos do povo que o utiliza.
Além disso, qualquer nação deixa impresso as suas singularidades no seu
sistema de escrita. Infelizmente, a escrita manual tem vindo a perder
relevância. A tecnologia moderna tem-na tornado praticamente supérflua.
Então: Não fale apenas, continue a escrever!
Quem quiser falar, tem que escrever!
Nem sempre é fácil aprender línguas estrangeiras. No início, é sobretudo
a expressão oral que os alunos de línguas consideram mais difícil.
Muitos deles não se atrevem a formular frases na nova língua. Têm
demasiado medo de cometer erros. Para esse tipo de alunos a escrita
poderia ser uma solução. Pois quem quiser aprender a falar bem tem que
escrever o mais possível! Escrever ajuda-nos a integrar a nova língua.
Há vários motivos por detrás disto. O modo de funcionamento do ato de
escrita é diferente do do ato da fala. Trata-se de um processo muito
mais complexo. Quando estamos a escrever, refletimos, durante mais
tempo, sobre a escolha das palavras. Por conseguinte, o nosso cérebro
trabalha mais intensivamente com a língua nova. Por outro lado, estamos
muito mais relaxados quando estamos a escrever. Não há ninguém do outro
lado à espera de uma resposta imediata. E, deste modo, vamos perdendo
aos poucos o medo em relação à língua estrangeira. Além disso, a escrita
promove ainda a critividade. Sentimo-nos mais livres e mais dispostos
para brincar com a nova língua. Ao escrevermos também temos mais tempo
do que quando falamos. E isso reforça a nossa memória! A maior vantagem
da escrita é, no entanto, a forma dissociada. Ou seja, nós conseguimos
observar com exatidão os nossos resultados escritos na nova língua. Nós
conseguimos ver tudo claramente diante de nós. E, deste modo, podemos
superar e aprender com os nossos erros. Em princípio, não interessa o
que se escreve na nova língua. Apenas é importante que se produza frases
escritas com regularidade. Quem quiser praticar, podia arranjar um
amigo por correspondência no estrangeiro. E, eventualmente, poderiam até
se encontrar pessoalmente. No fim, iria verificar que falar tornou-se
muito mais fácil!
Língua materna = emocional, Língua estrangeira= racional
Quando aprender línguas estrangeiras, estamos a estimular o nosso
cérebro. Com a aprendizagem o nosso pensamento vai-se alterando.
Tornamo-nos mais criativos e flexíveis. Até mesmo o pensamento mais
complexo se torna mais fácil para as pessoas que falam várias línguas. A
memória é exercitada sempre que estamos a aprender. Quanto mais
aprendemos, melhor funciona a memória. Quem aprendeu muitas línguas,
aprende mais rapidamente outras coisas. Consegue concentrar-se e
refletir durante mais tempo acerca de um determinado assunto. Assim
resolve os problemas com mais rapidez. As pessoas multilingues têm uma
melhor capacidade de decisão. No entanto, o modo como o fazem varia de
acordo com as várias línguas. A língua, em que pensamos, influencia as
nossas decisões. Durante um estudo, realizado por psicólogos, vários
indivíduos foram submetidos a testes. Todas os indivíduos da experiência
eram bilingues. Para além da língua materna, falavam mais outra língua.
Os indivíduos tinham que responder a uma pergunta. A pergunta estava
relacionada com a resolução de um problema. Estes indivíduos tinham que
escolher entre duas alternativas. Uma das alternativas era claramente
mais arriscada do que a outra. Todos tinham que responder à mesma
pergunta nas duas línguas. E, afinal, as respostas variaram, assim que
se mudava de língua! Quando se tratava da língua materna, os indivíduos
escolhiam a alternativa mais arriscada. Já no caso da língua
estrangeira, optavam pela alternativa mais segura. Depois desta
experiência, os mesmos indivíduos tiveram que fazer apostas. Também aqui
se registou uma grande diferença. Quando utilizavam a língua
estrangeira, eram muito mais cautelosos. Os investigadores supõem que
estamos muito mais concentrados quando falamos uma língua estrangeira.
Por esta razão, as decisões não são tão emocionais, mas sim racionais...
Os gestos ajudam a aprender o vocabulário
O nosso cérebro tem muito trabalho sempre que aprendemos novo
vocabulário. Tem que armazenar todas as palavras novas. De qualquer
modo, podemos apoiar o nosso cérebro durante a aprendizagem. Uma das
formas é através dos gestos. Os gestos apoiam a nossa memória. As
palavras podem ser recordadas mais facilmente se foram acompanhadas de
gestos. Isto ficou claramente demonstrado numa investigação.
Investigadores fizeram com que os indivíduos que participaram na
investigação aprendessem novas palavras. Tratava-se de pseudo-palavras.
Pertenciam a uma língua artificial. Algumas palavras foram ensinadas a
estes indivíduos, com recurso a gestos. Ou seja, os indivíduos
envolvidos não se limitavam a ouvir ou a ler estas palavras. Através de
gestos, imitavam o significado destas palavras. A sua atividade cerebral
foi medida durante esta aprendizagem. E, assim, os investigadores
chegaram a uma interessante descoberta. Durante a aprendizagem das
palavras acompanhadas de gestos, foram ativadas várias regiões
cerebrais. Para além da região específica da linguagem, foram ativadas
as áreas cerebrais sensomotoras. Esta atividade cerebral adicional
influencia a nossa memória. A aprendizagem com recurso a gestos origina
redes neurais complexas. Estas redes armazenam a palavra nova em várias
regiões do nosso cérebro. Assim, as palavras são processadas mais
eficazmente. Quando as quisermos utilizar, o nosso cérebro
encontra-las-á mais rapidamente. Também são melhor armazenadas. Importa,
pois, que o gesto esteja relacionado com a palavra em questão. O nosso
cérebro reconhece quando uma palavra e um gesto não são compatíveis. As
novas descobertas podiam conduzir a novos métodos de ensino. As pessoas
que estão pouco informadas sobre as línguas aprendem muito lentamente.
Elas aprenderiam talvez com mais rapidez se imitassem as palavras usando
o seu corpo...
Como as crianças aprendem a falar corretamente
Mal uma pessoa nasce, começa a comunicar com os seus congéneres. Os
bebés gritam quando querem alguma coisa. Com apenas alguns meses já
conseguem dizer algumas palavras. Com dois anos já conseguem dizer
frases com três palavras. Quando as crianças começam a falar, não se
pode influenciá-las. No entanto, pode-se influenciar o modo como elas
aprendem a sua língua materna! Para tal, é preciso, no entanto, ter em
atenção algumas coisas. O mais importante é que a criança esteja sempre
motivada. A criança deve dar-se conta de que pode realizar algo através
da fala. Os bebés adoram receber um sorriso como feedback. As
crianças mais velhas procuram estabelecer um diálogo com o seu meio
envolvente. Elas orientam-se pela língua dos adultos ao seu redor. É,
por esta razão, que o nível linguístico dos pais e dos educadores é
importante. Também é preciso que as crianças percebam que a língua é
algo valioso! Durante todo o processo, devem divertir-se sempre. A
leitura em voz alta ensina às crianças como uma língua pode ser
apaixonante. Por isso, sempre que possível os pais deviam fazê-lo com os
seus filhos. Quando uma criança teve experiências novas, sente vontade
de as partilhar. As crianças com uma educação bilingue de raiz precisam
de regras fixas. Devem saber qual a língua que devem usar para falarem
com uma determinada pessoa. Para que o seu cérebro aprenda a diferenciar
as duas línguas. Quando as crianças vão para a escola, a sua linguagem
transforma-se. Aprendem um registo mais coloquial da sua língua. É
importante que os pais prestem atenção ao modo de falar do seu filho.
Estudos mostram que a primeira língua molda o cérebro para sempre. O que
aprendemos quando somos crianças, acompanha-nos para o resto da vida.
Quem aprendeu muito bem a sua língua materna, quando ainda era criança,
irá beneficiar disso mais tarde. Será capaz de aprender mais rápido e
melhor - e não apenas as línguas estrangeiras...
Os bebés leem os nossos lábios!
Quando os bebés estão a aprender a falar, eles observam a boca dos seus
pais. Isto foi o que a psicologia do desenvolvimento concluiu. Com
apenas seis meses de idade, os bebés começam a ler os nossos lábios.
Deste modo, aprendem a manobrar a boca para produzirem os sons. Com um
ano de idade, os bebés já conseguem perceber algumas palavras. A partir
desta idade, passam a olhar as pessoas novamente nos olhos. Assim,
conseguem obter muita informação importante. Através do olhar, conseguem
perceber se os pais estão alegres ou tristes. Por conseguinte, aprendem
deste modo a conhecer o mundo das emoções. É realmente interessante
quando se fala com eles numa língua estrangeira. Aí eles voltam
novamente a ler os nossos lábios. Deste modo, aprendem a produzir os
sons de outras línguas. Quando se fala com os bebés deve-se, por isso,
olhar diretamente para eles. Além disso, os bebés precisam de diálogos
para favorecer o seu desenvolvimento linguístico . Os pais, sobretudo,
repetem muitas vezes aquilo que o seu bebé diz. Deste modo, os bebés
recebem um feedback. Isto é muito importante para as crianças
pequenas. Elas sentem que são compreendidas. Este reconhecimento
motiva-as. E continuam a divertir-se a falar. Desta maneira, escutar só
ficheiros de áudio revela-se insuficiente. Há estudos que demonstram que
os bebés conseguem realmente ler os nossos lábios. Em algumas
experiências as crianças assistiam a vídeos sem som. Vídeos na língua
materna dos bebés, assim como em outras línguas. Os bebés observaram os
vídeos na sua língua materna durante mais tempo. Os bebés mostraram
estar, claramente, mais atentos. As primeiras palavras dos bebés são as
mesmas em qualquer parte do mundo. Mamã e papá - são palavras que em
qualquer língua se podem facilmente pronunciar!
Os bebés conseguem aprender as regras gramaticais
As crianças crescem rapidamente. E também aprendem rapidamente. Ainda
não foi investigado o modo como as crianças aprendem. Os processos de
aprendizagem acontecem automaticamente. As crianças não se apercebem de
que estão a aprender. Apesar disto, todos os dias aprendem mais coisas.
Isto torna-se, igualmente, visível na sua linguagem. Nos primeiros
meses, os bebés só conseguem gritar. Com alguns meses, conseguem
produzir palavras simples. Palavras que se transformam em frases. A
partir de um dado momento, as crianças começam a falar na sua língua
materna. Infelizmente, o mesmo não acontece com os adultos. Para
aprenderem, precisam de livros e de outro tipo de material. Só assim é
que conseguem aprender as regras da gramática. Em contrapartida, os
bebés aprendem a gramática com apenas 4 meses. Alguns investigadores
ensinaram as regras gramaticais de outras línguas a bebés alemães. Além
disso, recitaram-lhes frases em italiano. Estas frases continham
determinadas estruturas sintáticas. Os bebés ouviram as frases corretas
durante um quarto de hora. Em seguida, foi-lhes recitado outras frases.
Mas desta vez algumas das frases não estavam corretas. Enquanto os bebés
ouviam as frases, foram medidas as suas ondas cerebrais. Para que,
assim, os investigadores conseguissem perceber como o cérebro reagia a
estas frases. Ao ouvirem estas frases, os bebés evidenciaram uma
atividade diferente. Apesar de só terem aprendido as frases
recentemente, os erros eram registados. É claro que os bebés não
compreendem porque é que algumas frases são falsas. Eles seguem apenas
os padrões acústicos. O que é suficiente para que, pelo menos, as
crianças aprendam uma língua...
Como é que o cérebro aprende a gramática?
Quando somos bebés começamos a aprender a nossa língua materna. Isto
acontece de uma forma automática. Não nos apercebemos. Mas para
aprendermos o cérebro precisa de fazer um grande esforço. A aprendizagem
da gramática, por exemplo, envolve um grande esforço. Todos os dias
ouvirá coisas novas. Recebe constantemente novos estímulos. Todavia, o
cérebro não consegue processar os estímulos isoladamente. Tem que
fazê-lo de uma forma económica. Por isso, ele orienta-se pelas
regularidades linguísticas. O cérebro recorda-se daquilo que ouve com
frequência. Ele regista a frequência com que uma dada coisa acontece. É,
então, a partir destes exemplos que ele constrói uma regra gramatical.
As crianças sabem se uma frase é verdadeira ou falsa. Elas não sabem,
porém, qual é a justificação. O cérebro delas conhece as regras sem que
elas as tenham estudado. Os adultos aprendem línguas de uma outra
maneira. Já conhecem as estruturas da sua língua materna. Elas
constituem a base para as novas regras gramaticais. Mas para aprenderem,
os adultos precisam de ter aulas. Ao aprender a gramática, o cérebro
constrói um sistema rígido. Como são exemplo disso os nomes e os verbos.
São armazenados em diferentes regiões do cérebro. Durante o seu
processamento há diversas regiões que se encontram ativas. Mesmo as
regras simples são aprendidas de um modo diferente do que o das regras
complexas. No caso das regras complexas, são várias as regiões do
cérebro envolvidas. Como exatamente o cérebro aprende a gramática, ainda
não foi completamente elucidado pelos especialistas. No entanto,
sabe-se que teoricamente pode-se aprender qualquer gramática...
Melhor concentração = melhor aprendizagem
Se quisermos aprender, temos que nos concentrar. Toda a nossa atenção
deve centrar-se numa única coisa. A capacidade de concentração não é
inata. Primeiro, temos que aprender a concentrar-nos. Isto é o que
acontece, sobretudo, no infantário ou na escola. Com seis anos de idade,
as crianças conseguem manter a concentração durante cerca de 15
minutos. Os jovens com 14 anos conseguem concentram-se o dobro do tempo.
Nos adultos, a fase de concentração dura até cerca de 45 minutos. A
partir de um dado momento, a capacidade de concentração diminui. As
pessoas perdem o interesse pela matéria que estão a estudar. Também é
possível que estejam cansados ou estressados. Assim, a aprendizagem
torna-se ainda mais difícil. A memória vê-se incapaz de reter a matéria
corretamente. No entanto, pode-se aumentar a sua capacidade de
concentração! É muito importante que se tenha dormido o suficiente antes
do momento da aprendizagem. Quando estamos cansados a nossa capacidade
de concentração dura pouco tempo. O nosso cérebro comete mais erros
quando estamos cansados. Também as nossas emoções podem influenciar a
nossa concentração. Quem quiser aprender com êxito, deve adotar um
estado emocional neutro. As emoções demasiado positivas ou negativas
impedem que se tenha êxito na aprendizagem. É claro que nem sempre se
pode controlar as emoções. Pode-se, no entanto, tentar ignorá-las quando
estamos a estudar. Quem quiser se concentrar, tem que estar motivado.
Durante a aprendizagem devemos seguir sempre os nossos objetivos. Só,
então, é que o nosso cérebro está preparado para se concentrar. Um
ambiente traquilo é igualmente importante para uma boa concentração.
Então, não se esqueça: beba muita água quando estiver a estudar para se
manter acordado... Quem seguir todas estas dicas, irá certamente
concentrar-se durante muito tempo.
Os jovens e os mais velhos aprendem de uma maneira diferente
As crianças aprendem línguas relativamente rápido. Com os adultos pode
ser mais demorado. Mas as crianças não aprendem melhor dos que os
adultos. Apenas aprendem de um modo diferente. Na aprendizagem de
línguas o cérebro tem de ser muito eficiente. Precisa de aprender várias
coisas simultaneamente. Quando aprendemos uma língua, não basta
pensarmos sobre ela. Torna-se necessário, igualmente, aprender a
pronunciar as palavras novas. Para este efeito, os orgãos da fala têm de
desenvolver novos movimentos. Por outro lado, o cérebro é obrigado a
aprender a reagir a novas situações. Conseguir comunicar numa língua
estrangeira é um desafio. Os adultos aprendem novas línguas de um modo
diferente em cada etapa da sua vida. Aos 20 ou 30 anos ainda desenvolvem
hábitos de rotina durante a aprendizagem. A escola ou o curso superior
ainda estão muito presentes. Logo, o cérebro ainda está bem treinado.
Por isso, é possível aprender-se uma língua estrangeira atingindo um
nível muito elevado. As pessoas com idade situada entre os 40 e os 50
anos já aprenderam muitas coisas. Esta experiência beneficia o cérebro.
Pode relacionar os novos conteúdos com os conhecimentos prévios. Nesta
idade, aprende-se melhor aquilo que nos é familiar.. Como, por exemplo,
as línguas parecidas a outras que aprendemos quando éramos jovens. Aos
60 ou 70 anos, a maioria das pessoas tem muito tempo livre. Podem fazer
exercícios com frequência. E isto é muito importante na aprendizagem de
uma língua. As pessoas mais velhas aprendem, por exemplo, a escrever
mais facilmente numa língua estrangeira. Logo, em qualquer idade pode-se
aprender com êxito. Depois da adolescência, o cérebro pode voltar a
produzir novos neurónios. E isso, ele fá-lo com muito prazer...
Línguas contra o Alzeimer
Quem deseja manter a mente em boa forma, deve aprender línguas. Os
conhecimentos linguísticos podem proteger-nos da demência. Assim ficou
demonstrado em muitos estudos científicos. A idade dos alunos não tem
nenhuma importância. O que importa é que o cérebro seja exercitado
regularmente. A aprendizagem de vocabulário ativa diferentes área
cerebrais. Estas regiões controlam processos cognitivos importantes. Por
isso, os poliglotas possuem uma maior capacidade de atenção. Também
possuem uma maior capacidade de concentração. Mas o multilinguismo
apresenta ainda outras vantagens. Os poliglotas têm um maior poder de
decisão. Tomam decisões mais rapidamente. Isso acontece porque o seu
cérebro aprendeu a escolher. Conhece sempre dois vocábulos para a mesma
coisa. Cada um destes termos representa uma possível opção. Deste modo,
os poliglotas têm de tomar decisões constantemente. O seu cérebro está
habituado a escolher entre várias opções. E este treino não estimula
unicamente as áreas cerebrais responsáveis pela linguagem. São muitas as
áreas cerebrais que beneficiam com o multilinguismo. As competências
linguísticas supõem também um controlo cognitivo mais eficaz. Claro que a
aprendizagem de línguas não vai impedir a demência. Porém, a doença
pode tardar a desenvolver-se. E os cérebros das pessoas multilingues
tendem a compensar melhor os seus efeitos. Os sintomas da demência
aparecem de uma forma menos acentuada nas pessoas que aprendem línguas. A
confusão e o esquecimento não ocorrem de uma forma tão acentuada. A
aquisição de uma língua beneficia assim tanto os mais velhos como os
mais novos. E quanto mais línguas aprendemos mais fácil se torna
aprender outras. Assim, em vez de tantos medicamentos devíamos antes
agarrar-nos ao dicionário.
Conselhos contra o esquecimento
Aprender nem sempre é fácil. Mesmo quando é divertido, pode ser muito
cansativo. No entanto, ficamos contentes quando aprendemos alguma coisa.
Ficamos orgulhos dos nossos progressos. Infelizmente também podemos
voltar a esquecer o que tínhamos aprendido. Pode ser problemático,
sobretudo no que diz respeito à línguas. A maioria de nós aprende uma ou
mais línguas na escola. Muitas vezes, este conhecimento desaparece
depois de terminarmos a escola. Dificilmente temos a possibilidade de
voltar a falar essa língua esquecida. A nossa língua materna acaba por
dominar o nosso dia a dia. Muitas línguas estrangeiras são assim apenas
utilizadas nas férias. Se o conhecimento não é ativado regularmente, o
mesmo pode desaparecer. O nosso cérebro precisa de treino. Podemos dizer
que funciona como um músculo. Este músculo precisa de ser exercitado,
senão torna-se mais fraco. Há, porém, meios para impedir o esquecimento.
O mais importante é a aplicação regular dos conteúdos adquiridos.
Seguir alguns "rituais" fixos pode ser-nos útil. Pode planear-se um
pequeno programa para os vários dias da semana. Por exemplo, na
segunda-feira lê-se um livro na língua estrangeira em questão. Na
quarta-feira, escuta-se uma emissora de rádio estrangeira. Na
sexta-feira, escreve-se um diário nessa língua estrangeira. E assim,
deste modo, alternamos entre a Leitura, a Compreensão (oral) e a
Produção escrita. Por conseguinte, o conhecimento é ativado de
diferentes maneiras. Todos estes exercícios não devem demorar demasiado,
sendo suficiente uma meia-hora. O mais importante é que o façamos
regularmente. Os estudos demonstram que o que foi aprendido permanece no
cérebro durante séculos. É apenas uma questão de o reavivarmos ...
Como aprender duas línguas ao mesmo tempo
As línguas estrangeiras são atualmente cada vez mais importantes. Muitas
pessoas aprendem uma língua estrangeira. Há, no entanto, muitas línguas
interessantes no mundo. Por isso, algumas pessoas aprendem várias
línguas ao mesmo tempo. Quando as crianças crescem bilingues, isso
geralmente não costuma ser um problema. O seu cérebro aprende as duas
línguas de uma forma natural. Quando são mais velhos, sabem o que
pertence a cada língua. Os bilingues conhecem os traços caraterísticos
de ambas as línguas. No caso dos adultos, a situação é diferente. Eles
não conseguem aprender tão facilmente duas línguas em simultâneo. Quem
aprende duas línguas ao mesmo tempo, deve respeitar algumas regras.
Primeiro, é importante comparar as duas línguas. As línguas que
pertencem à mesma família pode ser muito parecidas. Este facto pode
causar alguma confusão. Por isso, é útil analisar bem as duas línguas.
Pode fazer-se, por exemplo, uma lista. Onde se registam as semelhanças e
as diferenças. Assim, o cérebro tem que se ocupar intensamente com as
duas línguas. Ele memoriza melhor as especificidades de cada uma das
línguas. Além disso, devia-se escolher para cada língua as próprias
cores e a própria pasta. Isso ajuda a separar claramente as línguas
entre si. Quando se aprende línguas diferentes, a coisa muda. No caso de
línguas muito diferentes não há nenhum risco de confusão. Aqui está o
perigo de se comparar uma língua com a outra! Seria melhor, porém,
comparar essas línguas com a língua materna. Quando o cérebro reconhece o
contraste, aprende-se de uma forma mais eficaz. É importante também que
as duas línguas sejam aprendidas com a mesma intensidade. Teoricamente
para o cérebro tanto faz quantas línguas aprendemos...
Língua materna? Língua paterna!
Quando era criança, com quem é que aprendeu a sua língua? De certeza,
que responderá: com a minha mãe! Assim pensa a maioria das pessoas no
mundo inteiro. O conceito de "língua materna" existe, praticamente, em
todos os países. É conhecido quer pelos ingleses quer pelos chineses. Se
calhar, porque as mães passam mais tempo com os seus filhos. Estudos
recentes chegaram, porém, a outras conclusões. Demonstram que a nossa
língua é, acima de tudo, a língua dos nossos pais. Alguns investigadores
analisaram o património genético e as línguas de povos mestiços. Em
alguns desses povos, os pais provinham de culturas diferentes. Esses
povos surgiram há milhares de anos. Grandes movimentos migratórios foram
a causa do seu estabelecimento. O genoma desses povos mestiços foi alvo
de uma análise genética. Em seguida, foi feita uma comparação com a
língua desses povos. A maioria dos povos falava a mesma língua dos seus
antepassados masculinos. Isto significa que a língua local é aquela que
pertence ao cromossoma Y. Foram, pois, os homens que levaram consigo a
sua língua para territórios estrangeiros. E as mulheres destas regiões
adotaram, posteriormente, a nova língua dos homens. Mas até, nos nossos
dias, os pais continuam a exercer uma grande influência sobre a nossa
língua. Pois os bebés, ao aprenderem, orientam-se pela língua dos seus
pais. Os pais falam, visivelmente, menos com os seus filhos. A estrutura
sintática masculina é também mais fácil do que a feminina. Por esta
razão, a língua dos pais é mais adequada aos bebés. Não lhes exige muito
esforço e, por isso, é mais fácil de aprender. Por isto, as crianças
preferem imitar o pai a falar do que a mãe. Contudo, posteriormente, é o
vocabulário da mãe que molda a língua da criança. Por conseguinte,
tanto a mãe como o pai influenciam a nossa língua. Assim, a língua
materna deveria antes ser apelidada de "línguas dos pais"!
Os genes influenciam a linguagem
A língua que falamos depende das nossas origens. Mas os nossos genes são
igualmente responsáveis pela língua que falamos. Este é o resultado a
que chegaram alguns investigadores escoceses. Eles investigaram por que
motivo o inglês é diferente do chinês. Eles descobriram que os genes
desempenham um papel importante. Pois os genes influenciam o
desenvolvimento do nosso cérebro. Ou seja, eles moldam as estruturas do
nosso cérebro. Portanto, a nossa capacidade é determinada para a
aprendizagem das línguas. A este propósito, são decisivas as variações
de dois genes, em particular. Se uma determinada variação é rara,
desenvolvem-se as línguas tonais. As línguas tonais são, pois, faladas
por povos que não possuem essa variação genética. Nas línguas tonais, a
altura dos tons determina o significado das palavras. Entre as línguas
tonais podemos encontrar o chinês, por exemplo. Se a variação genética é
dominante, desenvolvem-se outras línguas. O inglês não é uma língua
tonal. Esta variação genética não é distribuída de uma forma regular.
Isto significa que esta variação tem lugar com uma frequência distinta
no mundo inteiro. As línguas sobrevivem apenas quando são transmitidas.
Por isso, as crianças têm que conseguir imitar os seus pais. Têm que
conseguir aprender a língua muito bem. Apenas assim ela é transmitida de
geração para geração. A antiga variação genética estimulou as línguas
tonais. Antigamente, havia certamente mais línguas tonais do que hoje em
dia. No entanto, não devemos sobre-estimar a componente genética. Ela
pode realmente ajudar a esclarecer a evolução das línguas. Mas não
existe nenhum gene para o inglês, nem para o chinês. Qualquer pessoa
pode aprender a língua que quiser. Para tal não são necessários os
genes, mas sim apenas curiosidade e disciplina!
Duas línguas = dois centros linguísticos
O nosso cérebro não fica indiferente quando aprendemos uma língua. Pois
tem vários arquivos para línguas diferentes. Nem todas as línguas que
aprendemos são armazenadas em conjunto. As línguas que aprendemos quando
somos adultos têm o seu próprio arquivo. Ou seja, o cérebro processa as
novas regras noutra área. Não se armazenam na mesma área da língua
materna. Em contrapartida, as pessoas que crescem com duas línguas
utilizam apenas uma única região. Foi esta a conclusão a que chegaram
numerosos estudos. Neurolinguistas fizeram várias experiências com
vários indivíduos. Estes indivíduos falavam fluentemente duas línguas.
Metade do grupo tinha tido crescido com as duas línguas. Em
contrapartida, a outra metade tinha aprendido a segunda língua apenas
mais tarde. Através de testes linguísticos, os investigadores
conseguiram medir os níveis da atividade cerebral. E, assim,
identificaram quais eram as regiões do cerébro ativadas durante os
testes. E assim, constataram que os aprendentes "tardios" possuiam dois
centros linguísticos! Na verdade, os investigadores já tinham suspeitado
disso. As pessoas com uma lesão cerebral revelaram diversos sintomas.
Por isso, uma lesão do cérebro pode originar vários problemas com a
linguagem. Os afetados pronunciavam e entendiam mal as palavras. No caso
dos bilingues, os sintomas demonstrados eram bastante particulares. Os
seus problemas linguísticos nem sempre afetavam as duas línguas. A lesão
de uma das regiões do cérebro não impede o funcionamento da outra. Por
conseguinte, os pacientes falavam uma língua melhor do que a outra. E,
do mesmo modo, a reaprendizagem das duas línguas ocorre de um modo
diferente. Isto prova que as duas línguas não se encontram armazenadas
na mesma região. Como não foram adquiridas ao mesmo tempo, pertencem a
duas áreas cerebrais diferentes. Ainda se desconhece, por enquanto, o
modo como o nosso cérebro gere as várias línguas. Todavia, as novas
descobertas poderiam implicar novas estratégias de aprendizagem...
O bilinguismo melhora a capacidade de ouvir
As pessoas que falam duas línguas ouvem melhor. São capazes de
distinguir exatamente diferentes ruídos. Este é o resultado de um estudo
realizado nos EUA. Os investigadores testaram uma série de
adolescentes. Uma parte dos sujeitos envolvidos no estudo era bilingue.
Estes adolescentes falavam inglês e espanhol. A outra parte dos jovens
testados falava apenas inglês. Os adolescentes tinham que escutar uma
determinada sílaba. Tratava-se da sílaba "da". Não pertencia a nenhuma
das duas línguas. Os adolescentes envolvidos no estudo ouviram a sílaba
através de uns auriculares. Simultaneamente, foi medida a atividade
cerebral através de eletródos. Depois do teste, os adolescentes tiveram
que ouvir novamente a mesma sílaba. No entanto, desta vez, ouviram
também muitos ruídos perturbadores. Eram várias vozes que diziam frases
sem sentido. Os jovens bilingues reagiram intensamente ao ouvirem a
sílaba. O seu cérebro registou uma grande atividade. Com ou sem ruído
ambiente, conseguiam identificar exatamente a sílaba. Algo que os
sujeitos monolingues não conseguiam. O seu ouvido não era tão bom como o
dos sujeitos bilingues. O resultado desta experiência surpreendeu os
investigadores. Até agora sabia-se apenas que os músicos tinham uma
capacidade de perceção sonora particularmente boa. Parece, no entanto,
que o bilinguismo também exercita o ouvido. Os bilingues são
confrontados constantemente com diversos sons. Isto obriga o cérebro a
desenvolver novas capacidades. Ele aprende a distinguir com precisão
diversos estímulos linguísticos. Os investigadores estão agora a testar o
modo como os conhecimentos linguísticos afetam o cérebro. Talvez o
nosso ouvido possa beneficiar do facto de aprendermos novas línguas numa
fase mais tardia da nossa vida...
Aprender línguas através da Internet
Há cada vez mais pessoas a aprenderem línguas estrangeiras. E há cada
vez mais gente que recorre à Internet para o fazer. A aprendizagem no
regime de e-learning é diferente da típica aula de língua. E
apresenta muitas vantagens! Os usuários decidem quando é que pretendem
estudar. Também podem escolher o que desejam aprender. E determinam
quanto é que desejam aprender por dia. Através do e-learning, o
utilizador deve aprender de uma forma intuitiva. Isto é, eles devem
aprender a nova língua de um modo completamente natural. Como se fossem
crianças ou tivessem aprendido essa língua durante as férias. Para isso,
os usuários aprendem através das situações de aprendizagem simuladas.
Experienciam diversas coisas em diversos lugares. Eles têm que se tornar
ativos. Para alguns programas são necessários uns fones e um microfone.
Assim, pode-se falar com os falantes nativos. Também é possível
analisar a sua pronúncia. Deste modo, pode-se progredir continuamente.
Nos chats pode-se trocar informações com os outros usuários. Além disso,
a Internet oferece a possibilidade de aprender enquanto andas de um
lado para o outro. Com as novas tecnologias digitais podemos aprender
línguas onde quer que estejamos. O ensino através do e-learning
não é pior do que o ensino tradicional. Se os programas forem bons,
poderão ser muito eficientes. No entanto, é importante que as aulas
"online" não sejam demasiado vivas. Demasiadas animações podem desviar a
atenção da matéria. O cérebro tem que processar cada impulso
particular. Assim a memória pode ficar rapidamente sobrecarregada. Às
vezes, é melhor estudar em silêncio com um livro. Quem combinar os
métodos clássicos com os mais recentes, fará certamente progressos...
A língua árabe
A língua árabe é uma das línguas mais importantes do mundo. Mais de 300
milhões de pessoas falam árabe. Vivem em mais de 20 países diferentes. O
árabe pertence ao grupo da línguas afroasiáticas. A língua árabe teve
origem há mais de mil anos. Inicialmente, esta língua era falada na
península árabe. A sua difusão começou a partir dali. O árabe falado é
diferente da norma padrão. Existem igualmente vários dialetos árabes.
Podemos dizer que em cada região fala-se de um modo diferente. Os
falantes dos vários dialetos não se conseguem fazer entender. Por esta
razão, os filmes dos países árabes são na sua maioria dobrados. Apenas
assim, conseguem ser compreendidos em todo o espaço linguístico árabe.
Atualmente, a norma padrão clássica do árabe é falada raramente. Apenas
permanece na forma escrita. Os livros e os jornais são escritos na norma
padrão árabe (clássica). Até hoje não existe nenhuma variedade técnica
do árabe. Por isso, a maioria dos termos técnicos provém das outras
línguas. Predominam sobretudo os termos do francês e do inglês. O
interesse pela aprendizagem da língua árabe tem vindo a aumentar nos
últimos anos. Há cada vez mais pessoas a quererem aprender o árabe. Em
muitas universidades e escolas são oferecidos cursos de árabe. Muitas
pessoas sentem-se fascinadas sobretudo pela escrita árabe. Escreve-se da
direita para a esquerda. A pronúncia e a gramática do árabe não são
nada fáceis. Há muitos sons e regras que não existem nas outras línguas.
Por isso, a sua aprendizagem deve seguir uma determinada sequência.
Primeiro a fala, depois a gramática e depois a escrita.
Famílias linguísticas
Aproximadamente 7000 milhões de pessoas vivem no planeta Terra. E falam à
volta de 7000 línguas diferentes. Tal como as pessoas também as línguas
podem ter laços de parentesco entre si. Ou seja, evoluíram a partir de
uma língua primitiva comum. Contudo, existem, igualmente, línguas
completamente isoladas. Não têm nenhum parentesco com outras línguas. Na
Europa, o exemplo de uma língua isolada é o basco. No entanto, a
maioria das línguas tem pais, filhos ou irmãos. Pertencem a uma
determinada família linguística. O grau de semelhança entre as várias
línguas reconhece-se por comparação. Segundo os linguistas, existem hoje
em dia cerca de 300 unidade genéticas. Entre as quais se encontram 180
famílias com mais do que uma língua. O resto é constituído por 120
línguas isoladas. A família indo-europeia é considerada, atualmente, a
maior família linguística. Compreende cerca de 280 línguas. Às quais
pertencem as línguas românicas, germânicas e eslavas. São mais de 3000
milhões de falantes no mundo inteiro. A família das línguas
sino-tibetanas predomina na Ásia. Tem mais de 1300 milhões de falantes
nativos. A língua sino-tibetana mais importante é o chinês. A terceira
maior família linguística encontra-se em África. É conhecida pelo nome
da sua região de difusão linguística: Níger-Congo. Com "apenas" uns 350
milhões de falantes. A língua mais importante desta família é o suaíli.
Na maior parte das vezes, quanto maior for o parentesco, melhor é o
entendimento. As pessoas que falam línguas com os mesmo parentesco
entendem-se bem. Conseguem aprender a outra língua com uma relativa
rapidez. Por isso, aprenda línguas - os encontros em família são sempre
agradáveis!
Falamos todos "africano"?
Nem todos estivemos em África. Mas é possível que qualquer língua já ali
tenha estado! Isto é o que, pelo menos, pensam alguns cientistas. Na
sua opinião, a origem de todas as línguas encontra-se em África. E de lá
se espalharam por todo o mundo. Ao todo, existem mais de 6000 línguas
diferentes. No entanto, elas devem ter uma raiz africana comum. Os
investigadores fizeram uma comparação entre as várias línguas. Os
fonemas são unidade mínimas de significado. Ao alterarmos um fonema
estamos a mudar o significado da palavra. Um exemplo retirado da língua
inglesa pode exemplificá-lo claramente. No inglês, "dip" e "tip"
significam duas coisas diferentes. Logo, o /d/ e o /t/ são dois fonemas
distintos da língua inglesa. Nas línguas africanas esta diversidade
fonética é ainda maior. Mas vai diminuindo à medida que nos afastamos de
lá. E é exatamente aqui que para os investigadores reside a prova desta
tese. Porque as populações ao propagarem-se tornam-se mais homogéneas.
Nos seus extremos, a diversidade genética é menor. Isto deve-se aos
facto de que o número dos colonos diminui. Havendo uma quantidade menor
de genes que emigram, mais homogénea tornar-se-á uma população. As
prováveis combinações genéticas diminuem. Deste modo, os membros de uma
população migratória tornam-se mais semelhantes. Os cientistas
denominam-no de efeito fundador. Todos aqueles que deixam África levaram
consigo a sua língua. No entanto, havendo menos colonos, há também um
menor número de fonemas. Deste modo, as línguas tornam-se mais uniformes
ao longo do tempo. Parece um facto que o Homo sapiens provém de África.
Nós temos curiosidade em saber se o mesmo se aplica à sua língua...
Estrangeirismos
A globalização não se detém face às línguas. Isto é bastante visível com
o aumento dos estrangeirismos. Estrangeirismos são palavras que existem
em várias línguas. Estas palavras têm em todas as línguas um
significado igual ou parecido. Muitas vezes, a pronúncia é a mesma.
Mesmo a ortografia é, na maior parte das vezes, muito parecida. A
difusão dos estrangerismos é um facto interessante. Não tem em
consideração as fronteiras. Nem as geográficas. E muito menos as
linguísticas. Existem palavras que podem ser entendidas em todos os
continentes. Um exemplo disso é a palavra hotel. Existe
praticamente em qualquer lugar do mundo. Muitos dos estrangeirismos
provêm da área científica. Também os vocábulos técnicos se espalham
rapidamente pelo mundo. Os estrangeirismos antigos remontam à mesma
raiz. Evoluíram a partir da mesma palavra. Porém, a maior parte dos
estrangeirismos surge como um empréstimo linguístico. Isto significa que
estas palavras são simplesmente integradas noutras línguas. Para esta
integração contribuem os vários espaços culturais. Todas as culturas têm
as suas próprias tradições. Por isso, nem sempre as inovações
prevalecem. São as normas culturais que decidem o que pode ser
integrado. Há certas coisas que só existem em determinados cantos da
Terra. Há outras que se espalham rapidamente pelo mundo inteiro. Mas só
com a difusão é que o seu nome é divulgado. É isto que torna os
estrangeirismos tão apaixonantes! Ao descobrirmos as línguas,
descobrimos igualmente as culturas...
Olá, eu sou a Cris Freitas. Desde 2011 moro nos Emirados Árabes Unidos, casei com um egípcio e tive o Gabriel. Frequentemente vamos ao Egito e ficamos na Alexandria. Estudei Língua Alemã na UFSC e Inglês com pós graduação em Metodologia de Ensino da Língua Inglesa, na verdade uma longa estrada foi percorrida até aqui.
Desde 2012 estudo, pesquiso e compartilho meu conhecimento sobre a Língua e Cultura Árabe. Sempre estudei em escola pública, por isso acredito que nunca devemos desistir de nossos sonhos.
Ahlan!! Sou pesquisadora da Língua e Cultura Árabe (História, Culinária, Costumes etc) como autodidata. Atualmente faço pós graduação em Metodologia de Ensino da Língua Inglesa; curso de aperfeiçoamento em Ortografia e Pronúncia da Língua Inglesa. Sou mãe do menino Gabriel, árabe-egípcio e brasileiro. Moro há 10 anos nos Emirados Árabes Unidos e me considero Skandareya de Alexandria, Egito. Escrevo aqui tudo que estudo, pesquiso, cozinho e tenho vivido.